Crises Convulsivas e Epilepsia: Entendendo o cérebro e o cuidado necessário
A ocorrência de uma crise convulsiva é um evento assustador e que gera muitas dúvidas. Caracterizada por abalos motores, perda de consciência e alterações sensoriais, a crise é o resultado de uma atividade elétrica anormal e excessiva no cérebro. Mas é crucial entender: ter uma crise não significa, necessariamente, ter epilepsia.
Enquanto uma crise convulsiva pode ser um evento isolado, provocado por fatores como febre alta, hipoglicemia ou traumas, a Epilepsia é uma doença neurológica crônica. Ela é definida pela predisposição do cérebro em gerar crises recorrentes e espontâneas. O diagnóstico preciso é o que diferencia as duas condições e define o tratamento.
Uma crise convulsiva não é escolha — é um evento neurológico involuntário
A falta de informação gera estigmas e medo. É importante saber que a pessoa durante uma crise:
- Não tem controle sobre seus movimentos ou consciência.
- Não "engole a língua" (um mito perigoso).
- Não se lembrará do que aconteceu durante o episódio.
A investigação neurológica após um primeiro episódio é fundamental para entender a causa. Ignorar uma crise pode significar deixar de diagnosticar uma condição tratável, colocando a pessoa em risco de novos eventos e acidentes.
Sinais de uma crise e a importância do diagnóstico
As crises podem se manifestar de várias formas, nem sempre com as convulsões conhecidas. Fique atento a:
- Crises Convulsivas (Tônico-Clônicas): Perda súbita de consciência, rigidez do corpo e tremores ou abalos rítmicos dos membros.
- Crises de Ausência: Breves episódios de "desligamento", onde a pessoa fica com o olhar fixo e para de responder por segundos.
- Crises Focais: Podem incluir sensações estranhas (cheiros, gostos), movimentos involuntários de uma parte do corpo ou alterações de comportamento, com ou sem perda de consciência.
A ocorrência de uma ou mais crises sem um fator causal claro é um forte indicativo para uma avaliação neurológica e a realização de exames como o Eletroencefalograma (EEG).
O tratamento visa o controle total das crises
O diagnóstico de epilepsia pode assustar, mas hoje existem tratamentos altamente eficazes. O objetivo principal é alcançar o controle completo das crises, permitindo que o paciente leve uma vida normal, segura e produtiva.
O tratamento é individualizado e, na maioria dos casos, inicia-se com medicações antiepilépticas. A escolha do fármaco e da dose depende do tipo de crise, da idade do paciente e de outras condições de saúde. Com o acompanhamento correto, a maioria das pessoas com epilepsia consegue viver sem crises.
Viver bem com epilepsia é totalmente possível com o cuidado adequado.
Sou a Dra. Beatriz Rivera, médica neurologista (CRM: 1132040 | RQE: 39748). No consultório, ofereço uma investigação completa para diagnosticar a causa das crises convulsivas e a epilepsia, definindo um plano de tratamento seguro e eficaz para restaurar a qualidade de vida e a segurança do paciente.